sexta-feira, agosto 17, 2012

A atitude de quem está a DESENHAR.


"Um desenho pode variar quanto varia a atitude de quem está a desenhar. Quero com isto dizer que pode estar a desenhar-se pura e simplesmente para aprender a desenhar, para praticar o que se aprendeu, para desenhar um objecto que está perante os olhos, desenhar de imaginação memórias visuais ou divagações da mão ou da mente sobre coisas que se inventam e não existem, estando neste caso ainda todos os projectos em desenho de coisas a construir, ou de coisas que se projectam sem a intenção de construir e que só existem em desenho. Podemos fazer desenhos não concretos, e não representativos, em que o assunto do desenho são os próprios elementos, como acontece com o desenho abstracto.
Um desenho pode ainda existir para os outros verem, ou para os outros não verem.
Dizer atitude a desenhar é uma maneira de tentar abarcar as variadíssimas maneiras e razões como e pelos quais se pode fazer um desenho. Lembrando porém o que afirma Matisse, "um bom desenho deve ser como um cesto de que não se pode tirar uma palha sem deixar um buraco".
Detalhando um pouco cada uma das atitudes, tentar-se-ão entrar exemplos de desenhos que manifestem essa maneira de fazer. Esta enumeração pelo facto de ordenar não implica que as atitudes a desenhar sejam estanques. Digamos que, para simplificar, existe uma tendência na atitude que desencadeia o desenho, que depois se mantém ou altera à medida do trabalho."

"O que é DESENHO"
Ana Leonor M. Madeira Rodrigues
1º Edição 2003
Quimera Editora

2012

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