quarta-feira, agosto 22, 2012

A ilusão da chegada.



"<Faça férias antes de precisar delas. Assim, nunca vai precisar de as fazer, só terá de as gozar>. David Posen, médico e guru em gestão do stress, descobriu esta regra nos anos 70: depois de oito meses interruptos a trabalhar, teve de adiar as férias para... descansar. , concluiu há uns anos no Pequeno Livro do Stress."
O argumento simples (mas poderoso) de Posen explica, em grande parte, porque muitas férias sonhada não têm finais felizes. Mas não é o único. A esta quase inevitabilidade de "embarcarmos" esgotados, juntamos a tendência para estarmos permanentemente projectados no futuro. E, assim, passamos dias a pensar nos 15 em que finalmente - achamos - vamos ser felizes. É aquilo a que Tal Ben-Shahar (famoso pelas suas aulas sobre felicidade em Harvard) chama arrival fallacy, a crença armadilhada de que quando chegarmos a um determinado "destino" (leia-se destino) seremos, finalmente, felizes.
É certo que as metas dão sentido aos dias, ensinam-nos a crescer. mas quantas vezes já não viu a euforia da chegada dissolver-se e, pior, o recomeço de um novo ciclo tornar-se penoso (estejamos nós a falar de férias, de empregos ou de relações de "sonho")?...
A sua missão para os dias de descanso que se aproximam é garantir que nada disto aconteça. Seja grata pelo ponto de partida, saboreie o caminho e, ao chegar aproveite cada minuto para se reencontrar. Sobretudo, aproveite cada minuto de quem está a seu lado. No regresso, mais facilmente a felicidade de que foi à procura também estará à sua espera. Mas, agora, durante todo o ano.


Editorial
Nazaré Tocha
Revista PREVENIR
Agosto 2012

2012

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