"Não é difícil tornar-se fluente em gíria profissional. Imaginemos por exemplo que foi convidada para a inauguração de uma exposição de pintura, onde irá certamente encontrar muitos artistas. Se não falar a língua deles, é melhor consultar o seu ficheiro, a ver se tem um ou dois amigos no meio.
Ah, encontrou alguém. Bom, mais ou menos. A sua amiga andou em Belas Artes. Dá-lhe uma telefonadela e pergunta-lhe : "Olá Sally! Eu sei que parece um bocado estúpido, mas fui convidado para uma vernissage em que de certeza vou falar com muitos artistas. Não me queres indicar algumas perguntas que eu possa fazer?". Poderá ela achar a sua pergunto um tudo ou nada habitual, mas o sei esforço certamente a impressionará.
Talvez lhe diga:
- Bem, podes perguntar aos artistas em que material trabalham.
- Em que material trabalham?
- Claro ! É assim que os que pertencem ao meio perguntam se a pessoa trabalha em acrílico, óleo, carvão, caneta e por aí adiante.
- Ah !
- Não peças aos artistas que descrevam o seu trabalho. Eles acham que trabalham numa área essencialmente visual, que não pode ser descrita.
- Ah !
- E não perguntes se a obra deles está exposta numa galeria.
- Ai não???
- Corres o risco de estar a pôr o dedo na ferida. Pergunta antes se há algum sitio onde possas ver os seus trabalhos. Essa eles vão adorar, ainda que não estejam representados numa galeria, pois podem convidar-te a ires ao estúdio deles, e eventualmente comprares-lhe alguma coisa."
Livro
2012
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